Entrudo dos sentidos
O batuque dos tambores transporta-me como uma folha levada pelo vento criado pelo arfar dos cantares acesos pela festa pagã que nos leva na levada do tempo.
Num silêncio quase cerimonial, onde só o silvo suave da respiração invade profano este espaço, a pele toma nova forma, vestindo-se para um novo desfile.
Os braços espreguiçam-se e adaptam-se a uma nova condição, onde as mãos estão mais longe e o céu se tornou o limite do imaginário.
As pernas desconhecem agora o chão e acompanham o vôo na sensação de estar ausente diante de todas as sombras que testemunham a dança anónima dos sentidos.
Completa-se a mutação dos seres, com a máscara que agora ponho decorada com um olhar alheio e o sorriso toma a forma de uma barca que navega numa satisfação cuidada, adornada pelos cabelos que descaiem em manto de rainha sobre a alma que coloquei como penhor de mim.
Não sei quem sou agora e os demais não me vêem, porque estou ausente. Vesti-me de ti.
6 comentários:
Maravilhoso!!Adorei seu blog!
Uma metamorfose perfeita de "tudo", para quem diz vestir-se do nada.
Bjs
Fabuloso texto...falas-te do teu interior...?
Abraço
Ausente fiquei de mim ao ler tais palavras tuas...
Tento encontrar-me , pois também perdi o meu "Eu"
Deixo-te um beijo e até sempre
Tudo de muito bom desejo
(*)
Olá Ruca!
Passa no meu blog. Há lá um miminho para ti.
Beijo grande
Sha
Olá.
Passei para te deixar um beijinho e desejar resto de boa semana ;)
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