quarta-feira, maio 16, 2007

Pai... (16-5-1921 ... 11-12-2004)

Pai, pesa-me o tempo que não tivemos, enquanto a memória procurar preencher os espaços vazios com retratos de épocas que não vivemos.

Os pinheiros da serra abatem-se na caruma nos caminhos que percorreste, ao som do ribombar dos petardos nas pedreiras, onde o granito deu cor à tua infância na casa onde habitaste à sombra do velho limoeiro, lançado sobranceiro sobre o muro da leira.

O cheiro a café com leite matinal já não perfuma o ar, numa mistura que o queimar da lareira emprestava ao cântico familiar de odores que só ali se conheciam.

A lenda do “mil homens” já não se conta e os mais velhos agora calam-se nos bancos das vendas, ao ritmo das canadas e quartilhos de champarrião, acompanhados pelas lascas das cebolas novas que o sal grosso salpicou como a neve nos caminhos.

Pai, pesa-me o tempo que não tivemos, enquanto a memória procurar preencher os espaços vazios com retratos de épocas que não vivemos.

sábado, maio 05, 2007

Dia da Mãe ... sem ...

Mãe ...
Mãe ...
Mãe, onde estás ?

Chamo-te e não respondes.
Espero-te e não vens.

Vou esperar pela noite, para te ver brilhar no céu.