segunda-feira, outubro 08, 2007

Em silêncio ...


Não pediu nada. Foi dando e desejando e contudo os lábios mantiveram-se semi-abertos, entre o dizer e o escutar.
Não disse nada. Foi vagueando entre o gostar e o amar e os braços mantiveram-se semi-estendidos, entre o buscar e o abraçar.

Sofreu e chorou quase em silêncio, como se quisesse esconder a ansiedade e o que o coração gritava tão alto, que não era possível abafar.

Os pés, as mãos, a alma e o coração mantiveram-se contudo obstinados e confiantes num mesmo lugar que apenas aos veneráveis está destinado, votados à admiração e graça imensas, com a alma nas mãos num desejo de proximidade dos que se amam diariamente porque não sabem viver sós.
Assim, ficou ali, até que partissem todos e já ninguém era esperado, como o mais dedicado dos profetas na posse de uma imagem sagrada no mais santo dos templos, o da Vida.

4 comentários:

Lady disse...

Curioso este teu post...
De facto é digna de ser elogiada e respeitada! (creio que se trate de uma ela!)
Gostei, beijinhos e inté...

Ana Luar disse...

Li em silêncio...
pensei em silêncio...
admirei em silêncio...
senti em silêncio...
em silêncio me mantenho, para que as minhas palavras, não estragem a perfeição.

Mi... disse...

Deixo um beijo
( desculpa mas...
estou parca em palavras...)
*

Anónimo disse...

És muito especial sim!!!

Dignidade te descreve.

Jerônimo