terça-feira, dezembro 11, 2007

Pai... (16-5-1921 ... 11-12-2004)

Pai,
Onde estás ?
Para quando a nossa primeira conversa ?
Quando me ensinas tudo o que não sei ?
Que faço agora ? Quem me diz ?
Quem me acalma esta dor que não pára e não sei lidar com ela ?

Pai,
Onde estás ?
Porque se tornou silêncio as palavras que não disseste ?
Porque não se ouviram as palavras que eu gritei ?
Porque guardámos o abraço que ninguém viu ?

Pai,
Onde estás ?
Porque não me ensinaste a amar ?
Porque não sei quando me amam e me tatuam a alma ?

Pai,
Onde estás ?
Que faço agora ? Quem me diz ?

Pai,
Onde estás ?
Quem me acalma esta dor que não pára e não sei lidar com ela ?

Pai,
Onde estás ?

Pai,
Perdoa-me se não fui o filho que não desejaste.
Fui afinal, o resultado daquilo que não desejei.

Pai.

7 comentários:

Ana Luar disse...

O pai não sei onde está... (possivelmente chorando pela oportunidade perdida de ter calado o que deveria falado... mas eu estou aqui à distância de um abraço. :)

bj

Gasolina disse...

Não comento as palavras.
Apenas te digo que as sei.

Um beijo meu para ti.

Cleopatra disse...

Tantas vezes procuramos essa força que nos vem do nosso pai. Mesmo ausente, num mundo que já não é o nosso procuramos-lhe a força, a corgaem dos momentos, e a solução para os problemas. Somos empre sem saber o filho que desejou e creio que nos ilumina mesmo noutra dimensão. Fica um bj.

Anónimo disse...

Que te dizer neste momento?
Acho que tens resposta para todas essas perguntas...tens que buscar a Tua força interior para a elas conseguires responder.
Deixo-te um beijinho e FORÇA!

"Tu sabes quem sou**"

Sha disse...

Os laços de sangue perduram para além do tempo. Em todos nós.

A nossa vida (essa dádiva que nos é concedida com prazo de validade), como a vivemos e o que fazemos dela, define a marca que deixamos.

Vive de forma a que o teu filho te venha a escrever textos semelhantes na saudade, mas diferentes no conteúdo...

Um beijo carinhoso,
Sha

*Um Momento* disse...

Procura no teu coração...

(*)

ángel disse...

Qué poema tan intenso. Un gusto descubrir tu espacio.


Saludos...