Pai... (16-5-1921 ... 11-12-2004)
Pai, pesa-me o tempo que não tivemos, enquanto a memória procurar preencher os espaços vazios com retratos de épocas que não vivemos.
Os pinheiros da serra abatem-se na caruma nos caminhos que percorreste, ao som do ribombar dos petardos nas pedreiras, onde o granito deu cor à tua infância na casa onde habitaste à sombra do velho limoeiro, lançado sobranceiro sobre o muro da leira.
O cheiro a café com leite matinal já não perfuma o ar, numa mistura que o queimar da lareira emprestava ao cântico familiar de odores que só ali se conheciam.
A lenda do “mil homens” já não se conta e os mais velhos agora calam-se nos bancos das vendas, ao ritmo das canadas e quartilhos de champarrião, acompanhados pelas lascas das cebolas novas que o sal grosso salpicou como a neve nos caminhos.
Os pinheiros da serra abatem-se na caruma nos caminhos que percorreste, ao som do ribombar dos petardos nas pedreiras, onde o granito deu cor à tua infância na casa onde habitaste à sombra do velho limoeiro, lançado sobranceiro sobre o muro da leira.
O cheiro a café com leite matinal já não perfuma o ar, numa mistura que o queimar da lareira emprestava ao cântico familiar de odores que só ali se conheciam.
A lenda do “mil homens” já não se conta e os mais velhos agora calam-se nos bancos das vendas, ao ritmo das canadas e quartilhos de champarrião, acompanhados pelas lascas das cebolas novas que o sal grosso salpicou como a neve nos caminhos.
Pai, pesa-me o tempo que não tivemos, enquanto a memória procurar preencher os espaços vazios com retratos de épocas que não vivemos.
7 comentários:
E pk só consigo ver ternura em ti, Fica um beijo cheia dela.
Sem palavras...muitos beijos.
Post magnifico...
A música então...
Parabens.
(**,) Bjs
Olá Rui!
Porque não tenho palavras para...
Deixo-te um beijinho cheio de carinho.
Azul
Belo,muito Belo.
Há muito que aqui não vinha, querido Amigo,
Bom fim de semana,
***maat
Caro amigo, preguei uma partida ao tempo que não há e vim fazer uma visita. E deixar um abraço fraterno. E dizer: como não há tempo todo o tempo do mundo têm o pai e o filho.
R
O teu texto impressiona, comove, por um lado pela tristeza do sentimento, por outro, pela beleza das palavras.
Um beijinho grande para ti.
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