sexta-feira, janeiro 05, 2007

Lamento de Orpheu

O dia seguinte ...


Agora sei que sou órfão, de pai, de mãe e de tudo um pouco, vou falar ao mar e à lua para que me lavem a alma, enquanto tombo na areia, só, à espera da próxima maré para que me leve.

Dos meus olhos correm lágrimas, quais pequenas bolas de cristal onde vejo o teu rosto para me lembrar de que o amanhã virá e o arco-íris vestiu-se de luto oferecendo as cores ao ramo de rosas que te acompanhou.

Cansado, entrego-me no mesmo sono que te embalou e choro em silêncio as canções com que me embalaste, enquanto esta dor toma conta de mim.

7 comentários:

Ana Luar disse...

Nunca serás orfão de amigos... muito menos das pessoas que te amam...

Beijo eterno, meu querido,

PS: O novo blog está belissimo... Um ciclo se encerra, outro recomeça... que este seja como uma nova luz, que te beija os passos, pelos caminhos desertos da vida..

Maria Azenha disse...

Os amigos estão sempre junto ao rio do coração .
Por isso aqui estou,também.


***maat

Maria Carvalho disse...

Aqui estou. Beijos.

Ana disse...

A dor adormece mas não passa.
Um beijo

Maria Azenha disse...

Aqui estou , hoje, outra vez, porque há sol e luar...
e uma amiga que vai no tempo...

"não te esqueças nunca que



o poema emerge
do exílio
do
teu rosto
até à cintilação
da nudez do infinito

como página do céu
o seu nome está escrito

na claridade que não é tua"

(edição dedicada ao Rui, no arde o azul)

P.P.

Cleopatra disse...

Chorarás muitas vezes.
Lembrarás outras mais....

Mas....Já pensaste que és a continuação dos dois??

Que felizmente vivem em ti??

É bom saber que continuamos a viver em alguém...não só espiritual ou psicológicamente mas fisicamente também.
É bom.

ACardoso disse...

E o ar torna-se tão insuficiente... mas pesado demais quando nos cai nos ombros... e tudo vale tão pouco... Mas.. estamos aki!