sexta-feira, janeiro 05, 2007

Lamento de Orpheu

O dia seguinte ...


Agora sei que sou órfão, de pai, de mãe e de tudo um pouco, vou falar ao mar e à lua para que me lavem a alma, enquanto tombo na areia, só, à espera da próxima maré para que me leve.

Dos meus olhos correm lágrimas, quais pequenas bolas de cristal onde vejo o teu rosto para me lembrar de que o amanhã virá e o arco-íris vestiu-se de luto oferecendo as cores ao ramo de rosas que te acompanhou.

Cansado, entrego-me no mesmo sono que te embalou e choro em silêncio as canções com que me embalaste, enquanto esta dor toma conta de mim.